Voluntários “mas não amadores”

. domingo, 2 de dezembro de 2007
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Os Bombeiros Voluntários de Soure assinalaram ontem o seu centenário, numa cerimónia marcada pela atribuição da Medalha de Mérito de Protecção e Socorro e do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses.
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O ministro da Administração Interna participou ontem nas cerimónias do centenário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Soure (AH BVS) e trouxe com ele a Medalha de Mérito de Protecção e Socorro, em grau ouro, distintivo azul, que o próprio fez questão de entregar ao bombeiros de Soure, homens e mulheres «que são voluntários, mas não amadores». «Ao nível voluntário, não há mais ninguém mais profissional que os bombeiros», disse Rui Pereira que, além do papel que desempenham ao nível da protecção civil, lembrou que os bombeiros são também «factor de desenvolvimento social». Num complexo sistema de protecção civil, em que intervêm bombeiros, forças de segurança, polícia criminal, forças armadas, governos civis e autarquias, o ministro entendeu ser justo destacar o papel dos bombeiros em todo este sistema. Afinal são eles «os que mais próximos estão da população», referiu.Rui Pereira acabaria por centrar o seu discurso na protecção civil, «um direito fundamental dos portugueses e uma obrigação do Estado», «fundamental para que o país possa crescer em segurança». O sistema de protecção civil tem evoluído, mas, admitiu, «não está tudo feito». É necessária uma «remodelação» que, revelou, está a ser feita no 112 e na rede de comunicação interna. Para além disso, lembrou, há também 150 milhões de euros que vão ser disponibilizados no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e mais 40 milhões de euros do Governo para aplicar na protecção civil em Portugal.
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Bombeiros e protecçãocivil em central única
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Além do galardão atribuído pelo próprio ministro, a AHBVS conquistou também o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, o mais alto galardão atribuído a uma associação de bombeiros. Acabaria por ser este o ponto alto da cerimónia do centenário, na realidade os 117 anos da corporação que, por motivos alheios à sua vontade, não pôde assinalar a passagem dos cem anos na devida altura. São 147 voluntários «com um grau de profissionalismo e dedicação atestado nos diferentes teatros de operação», disse o comandante Carlos Tavares, sublinhando que ser bombeiro é também ter formação, que a corporação se esforça por oferecer, «uma garantia de que alguém está pronto a intervir nas situações de forma eficiente e eficaz». Num tom mais crítico, o presidente da AHBVS, Manuel Morgado, falou na necessidade de mudanças na emergência pré-hospitalar, «que não é apenas colocar doentes em cima de uma maca» nem «distribuir pelo país umas tantas ambulâncias amarelas», no 112, mais uma «central de polícia» do que de socorro, e no INEM, uma estrutura de socorro «elitista». Defendeu que bombeiros e protecção civil estejam «sentados num único organismo», construindo uma «central única».
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Referindo-se às comemorações do centenário, que decorrem ao longo de todo o ano, Manuel Morgado destacou o lançamento de um livro, da autoria de um bombeiro de Soure, que dá a conhecer a já longa história da corporação, e todo um conjunto de iniciativas que já se realizaram e outras tantas que se vão concretizar até final do ano.E falando-se de história, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra lembrou que falar dos Bombeiros de Soure «é falar da história de Portugal». «Em determinadas áreas temos os melhores bombeiros da Europa e do mundo», disse Jaime Soares, afirmando que o voluntariado não está em crise, está antes «desaproveitado». «A estrutura dos bombeiros voluntários está para durar, assim o Governo e autarquias se saibam entender», disse o presidente da federação, considerando que é neste entendimento que reside «a base da resolução da protecção civil».
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In Diário de Coimbra

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