DE LÉS-A-LÉS: SOLIDARIEDADE GLOCAL
RESUMO E CONCLUSÕES
No passado dia 17 de Maio, decorreu no Auditório da Biblioteca Municipal de Soure o Seminário Internacional: “De Lés-a-Lés: Solidariedade Glocal”, realizado no âmbito do projecto com o mesmo nome implementado pela Acção para a Justiça e Paz (AJPaz) em consórcio com a Associação Cultural, Recreativa e Social de Samuel e parceria com Junta de Freguesia da Granja do Ulmeiro e a Engenho e Obra-Associação para o Desenvolvimento e Cooperação. Este Seminário contou com o apoio da Câmara Municipal de Soure e esteve integrado no programa da Feira da Cultura e do Livro.
Esta iniciativa promoveu a reflexão acerca dos diferentes conceitos de Desenvolvimento, com especial ênfase no conceito de Desenvolvimento Ambiental e Socialmente Sustentável e contou com a presença de representantes da Câmara Municipal de Soure, de Juntas de Freguesia (Alfarelos, Granja do Ulmeiro, Soure e Vila Nova de Anços) de Associações Locais (Associação Cimeirense, Associação Cultural Recreativa e Social de Samuel, Associação Empresarial de Soure), de Instituições Educativas (Centro de Novas Oportunidades de Soure, INTEP, Instituto Superior Miguel Torga), de entidades da Vila (Posto da GNR, Centro de Saúde, Segurança Social) e de meios de comunicação social (Blogue "Soure, o melhor e o pior", "Projecto: “Opinião Granjense” e Rádio Popular de Soure).
Na sessão de abertura, estiveram presentes as entidades parceiras do projecto e entidades locais cujo papel tem especial relevância no desenvolvimento do Concelho. Todas as entidades salientaram a importância deste tipo de iniciativas e mostraram o seu interesse e vontade em continuar a trabalhar em rede com a AJPaz e as outras instituições no sentido do desenvolvimento do concelho.
No primeiro painel deste Seminário, o Professor Roque Amaro apresentou a evolução histórica do conceito de desenvolvimento, explorando na parte final da sua apresentação os desafios que a Globalização coloca ao Desenvolvimento. As iniciativas de Desenvolvimento Local surgiram como respostas adequadas a estes desafios, uma vez que promovem a satisfação das necessidades e a promoção do bem-estar das comunidades, com as próprias a participarem activamente no processo de mudança da sua realidade. Mas alertou para o facto da realidade Local e a realidade Global se influenciarem mutuamente. Assim, Roque Amaro refere o aparecimento de um novo conceito: a Glocalização, em que a noção de Local e de Global interagem aproveitando as vantagens de um e de outro em beneficio das comunidades locais.
Em seguida, a Dr.ª Emma Siliprand deu a conhecer o trabalho realizado no Brasil pela Rede Latino-Americana de Mulheres Transformando a Economia. Constatou-se que as economias solidárias surgiram por iniciativas das próprias comunidade como instrumentos de luta contra a pobreza. Por outro lado, foi esclarecido o papel da Mulher na dinamização deste tipo de economias, enquanto elemento que, por norma, gere a economia familiar procurando garantir a qualidade de vida da sua família e que não tem acesso às mesmas oportunidades que os seus maridos. O recurso a exemplos práticos de iniciativas de economia solidária como os mercados solidários ou o micro-crédito, proporcionaram uma melhor compreensão do seu conceito.
A encerrar este painel esteve a Dr.ª Marisa Matias que apresentou a definição de Desenvolvimento Sustentável e as diferentes perspectivas de sustentabilidade, desde a questãoda Justiça Ambiental até à questão da responsabilização individual e colectiva, clarificando o papel das políticas locais e globais na promoção e garantia da sustentabilidade.
Depois do momento da pausa justa, em que os participantes tiveram oportunidade de experimentar produtos do Comércio Justo e conhecer as características da rede através da Cores do Globo, o Seminário foi retomado com o segundo painel em que se apresentaram práticas concretas de desenvolvimento e consumo sustentável. O Eng. Miguel Pinto demonstrou, com base na experiência da cooperativa Equação, como o Comércio Justo (CJ) e o Consumo Responsável são formas de economia alternativas que colocam as pessoas e valores à frente do lucro, beneficiando o desenvolvimento das comunidades de origem dos produtos desta Rede. O facto de em Portugal já existirem dez lojas de CJ significa que os hábitos de consumo da sociedade portuguesa estão já a mudar mas, há ainda um grande caminho a percorrer para se conseguir um planeta sustentável.
Ainda no segundo painel, a Dr.ª Tânia Santos, deu a conhecer um estudo realizado pela Associação de Cooperação entre Povos (ACEP) sobre responsabilidade social de empresas (RSE) portuguesas a trabalhar em Cabo-Verde. Esta apresentação permitiu perceber que o desenvolvimento sustentável implica de facto uma maior exigência em relação à conduta social e ambiental das empresas, mas também uma mudança em determinados hábitos, nomeadamente de consumo, de todos nós e a uma maior participação cidadã nas questões que afectam a nossa vida e a das próximas gerações.
A encerrar este painel esteve a Dr.ª Marisa Matias que apresentou a definição de Desenvolvimento Sustentável e as diferentes perspectivas de sustentabilidade, desde a questãoda Justiça Ambiental até à questão da responsabilização individual e colectiva, clarificando o papel das políticas locais e globais na promoção e garantia da sustentabilidade.
Depois do momento da pausa justa, em que os participantes tiveram oportunidade de experimentar produtos do Comércio Justo e conhecer as características da rede através da Cores do Globo, o Seminário foi retomado com o segundo painel em que se apresentaram práticas concretas de desenvolvimento e consumo sustentável. O Eng. Miguel Pinto demonstrou, com base na experiência da cooperativa Equação, como o Comércio Justo (CJ) e o Consumo Responsável são formas de economia alternativas que colocam as pessoas e valores à frente do lucro, beneficiando o desenvolvimento das comunidades de origem dos produtos desta Rede. O facto de em Portugal já existirem dez lojas de CJ significa que os hábitos de consumo da sociedade portuguesa estão já a mudar mas, há ainda um grande caminho a percorrer para se conseguir um planeta sustentável.
Ainda no segundo painel, a Dr.ª Tânia Santos, deu a conhecer um estudo realizado pela Associação de Cooperação entre Povos (ACEP) sobre responsabilidade social de empresas (RSE) portuguesas a trabalhar em Cabo-Verde. Esta apresentação permitiu perceber que o desenvolvimento sustentável implica de facto uma maior exigência em relação à conduta social e ambiental das empresas, mas também uma mudança em determinados hábitos, nomeadamente de consumo, de todos nós e a uma maior participação cidadã nas questões que afectam a nossa vida e a das próximas gerações.
Por outro lado, a Dr.ª Liseta Vidal demonstrou de que forma a Empresa Brintons implementa políticas de RSE e de que forma essas políticas têm contribuído para o desenvolvimento sustentável da comunidade que delas beneficia, directa ou indirectamente. Deste painel, conclui-se que políticas públicas e privadas, locais e internacionais, começam a considerar a questão da sustentabilidade na sua agenda. Para além da cidadã e do cidadão, também as/os agentes de desenvolvimento dão o seu contributo para o desenvolvimento sustentável dascomunidades.
Depois de todas as apresentações foi aberto o espaço de debate para as intervenções das/os participantes. Este momento permitiu perceber que os conteúdos abordados se reflectem no quotidiano das pessoas do concelho de Soure e são uma preocupação da comunidade, apesarde serem problemas globais podendo à partida ser vistos como distantes.
Em tom de conclusão, a Dr. ª Sandra Frade, em representação da AJPAz, referiu a importância de cada uma e um das/os presentes na promoção do desenvolvimento sustentável, quer como cidadãs e cidadãos quer como agentes de desenvolvimento entendidos colectivamente. Relembrou também que já existem experiências de economias solidárias no concelho de Soure através, por exemplo, dos Mercados Solidários realizados na Granja do Ulmeiro, sendo no entanto importante o seu reforço e alargamento às restantes freguesias do concelho. Para isso é fundamental não esquecer valores como: solidariedade, justiça, interdependência, igualdade, ecologia e sustentabilidade. O Seminário não terminaria sem a apresentação aos participantes de três desafios: a participação na primeira oficina do projecto Lés-a-Lés (realizada posteriormente no período da tarde), a participação no Mercado Solidário seguinte (a realizar dia 24 de Maio pelas 15h na Granja do Ulmeiro) e a disseminação dos conteúdos do seminário a cinco pessoas, como forma de alerta para a sustentabilidade do planeta.
No período da tarde, a oficina: “Criar Pontes entre o Local e o Global” decorreu com a participação da Associação Cimeirense, da Associação de Samuel, do Centro de Saúde de Soure e ainda com a Junta de Freguesia de Soure. Este espaço foi concebido no sentido de dar voz a cada uma das entidades presentes para apresentarem as suas realidades no que toca às práticas de desenvolvimento sustentável. Com recurso a metodologias activas e participativas foi promovida a reflexão acerca das desigualdades económicas e sociais que se manifestam quer em termos globais quer em termos locais. A consciência de que, mesmo sem intenção, muitos dos comportamentos quotidianos não são sustentáveis, quer ambiental que socialmente, permitiu ter noção da necessidade da responsabilização de cada cidadã e cidadão e das entidades representadas na luta contra os factores que promovem a desigualdade. A oficina terminou com um momento de reflexão sobre o trabalho realizado e com o convite à continuidade deste debate com a realização de mais acções de formação, estando a próxima agendada para dia 14 de Junho, pelas 15 horas, no Centro Internacional da AJPaz.
Mais do que 1000 palavras…
(apresentado pela Dr.ª Marisa Matias na sua comunicação)
Este é um exemplo do impacto do consumo no
desenvolvimento global e sustentável. Um cidadão
americano, Chris Jordan, tenta alertar o mundo através da
imagem para o papel de cada um de nós na preservação
do planeta.
desenvolvimento global e sustentável. Um cidadão
americano, Chris Jordan, tenta alertar o mundo através da
imagem para o papel de cada um de nós na preservação
do planeta.
A imagem 1 > representa a quantidade de garrafas de
plástico consumidas nos Estados Unidos da América a
cada 5 minutos: 2 milhões.
Imagem 2 > Detalhe da imagem anterior
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