A vereadora da Habitação de Soure, da CDU, afastou ontem qualquer responsabilidade nas polémicas contratações das filhas do presidente e vice-presidente da Câmara, João Gouveia e Santos Mota, que trocaram a camisola do PSD pela do PS. Ainda em resposta ao PSD/Soure, que lhe atribui um "silêncio comprometedor" sobre "concursos à medida", Manuela Santos acusa o partido de incoerência, por nada ter dito contra contratações pouco claras feitas quando Gouveia era presidente da autarquia como militante social-democrata.
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O presidente do PSD/Soure, Ângelo Penacho, responde que está de consciência tranquila. Sustenta que só integra a concelhia do partido desde que Gouveia se mudou para o PS, nas autárquicas de 2005. E admite que tenham ocorrido contratações suspeitas nos últimos mandatos, mas diz que seria difícil ouvir críticas do PSD contra elas, uma vez que o presidente e o vice-presidente da concelhia eram, precisamente, Gouveia e Mota. "Se alguma vez existiu democracia interna no PSD/Soure, é agora", compara Penacho.
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O dirigente concelhio insiste que a Câmara é governada por uma coligação PS/PCP, mas Manuela Santos garante que "não há nenhuma coligação". Argumenta que aceitou o "convite pessoal" de Gouveia para assumir os pelouros da Habitação Social, Formação e Feiras e Mercados, mas sem um acordo que a impedisse de criticar a maioria PS. De resto, adiantou que iria questionar a presidência sobre os concursos em que as filhas de Gouveia e Mota foram classificadas em primeiro lugar, assim como o facto de a primeira ter sido nomeada técnica superior sem fazer estágio, não obstante ser inexperiente nessas funções.
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O JN tentou ouvir, mais uma vez sem êxito, João Gouveia e Santos Mota.
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Texto retirado de: Jornal de Notícias
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