O grupo terá quatro ou eventualmente cinco elementos, e unia-os o propósito de assaltar ourivesarias, suspeitando-se do seu envolvimento em, pelo menos, 10 assaltos praticados em toda a região centro do país. Soure, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere e Pombal foram ponto de paragem na rota dos assaltantes. Terça-feira à tarde, fizeram nova incursão, desta vez em Albergaria dos Doze (Pombal), e, três deles, acabaram por ser detidos, como já ontem noticiámos, na zona de Lisboa.O grupo, de acordo com fonte ligada à investigação, superintendida pela Directoria do Centro da PJ, estava há algum tempo “sob vigilância” daquela polícia, que “sentiu” que o grupo se preparava para nova vaga de assaltos. E foi isso mesmo que aconteceu, a meio da tarde, em Albergaria dos Doze. Três homens entraram no estabelecimento e, enquanto um ameaçava, com uma arma caçadeira, o proprietário, os dois outros “arrebanhavam” o ouro.
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No exterior, ao volante de um Honda Civic, furtado nesse mesmo dia na zona de Leira, o quarto elemento aguardava pela consumação do assalto.«Tínhamos o pessoal em prevenção, para o que “desse e viesse”, e o assalto acabou mesmo por acontecer», disse ao nosso Jornal fonte ligada à investigação. A presença próxima dos investigadores permitiu que imediatamente se colocassem no encalço dos assaltantes, que fugiram em direcção a Santiago de Litém, ainda no concelho de Pombal, onde abandonaram o Honda Civic, trocando-o por um potente BMW, no qual se puseram em fuga, rumo à auto-estrada, em direcção a Lisboa. Atrás “levavam”, em perseguição, os investigadores da PJ de Coimbra, que acabaram por pedir a colaboração das equipas da Unidade Nacional Contra o Terrorismo, de Lisboa.Com os meios articulados (destaque ainda para a colaboração dos departamentos de Investigação Criminal de Leiria e da Guarda), os investigadores “jogaram” na possibilidade de os assaltantes recolherem às respectivas residências e foi, então, montada uma operação de “recepção”, na zona de Camarate/Prior Velho, onde efectivamente, pouco depois, chegaram os assaltantes, qual “bom filho que à casa torna”. A convicção dos investigadores revelou-se “certeira”, mas não impediu que um dos elementos do gang conseguisse fugir. Foram, todavia, detidos três assaltantes, com idades entre os 25 e os 35 anos, um dos quais reside em Lisboa, enquanto outro é da zona de Leiria. Aliás, este seria o “ponta de lança” de uma “parceria criminal”, facilitada pela rapidez das comunicações e dos contactos. O terceiro detido não tem morada muito certa. O quarto assaltante, que se conseguiu pôr em fuga, já está, todavia, identificado pelas autoridades policiais, que suspeitam, ainda, do envolvimento de um quinto elemento, que eventualmente pode, também, estar ligado a este grupo.Apesar das investigações estarem ainda numa fase muito incipiente, a PJ está convencida que este grupo será o responsável pela prática de «pelo menos, 10 assaltos em ourivesarias da região», nomeadamente nos concelhos de Pombal, Soure e Alvaiázere. As suas atenções centrar-se-iam no ouro, um produto que reúne duas características importantes: por um lado tem valor e, por outro, é fácil de escoar. Tal não significa, todavia, que este grupo tenha qualquer relacionamento com o assalto de que ontem foi vítima um ouvires de Febres. «Pelo modus operandi, não será», afirmou fonte ligada à investigação.Para além da detenção dos três suspeitos, a PJ apreendeu ainda as duas viaturas – Honda Civic e BMW – que estes usaram no último assalto, e recuperou uma quantidade significativa de artigos em ouro, que se presume ser correspondente à totalidade do furto, um dado, que, no entanto, só o registo do proprietário poderá confirmar. Foi também apreendida a arma, uma caçadeira, usada para intimidar as vítimas durante o assalto, bem como artefactos de disfarce que o grupo usava, nomeadamente gorros.Os suspeitos foram ontem presentes no Tribunal de Pombal, para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação tidas por convenientes. Refira-se ainda que um dos suspeitos (que fugiu), residente em Lisboa, foi condenado pelo crime de sequestro. Os restantes também já são conhecidos da polícia, pela prática de vários tipos de delitos.
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In Diário de Coimbra
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