Carlos Páscoa em entrevista

. quinta-feira, 5 de março de 2009
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- A sua renúncia ao cargo de vereador na Câmara Municipal de Soure causou surpresa. Quando e porque motivos decidiu tomar esta decisão?
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Os motivos foram apontados na reunião de Câmara em que anunciei a decisão, ou seja, entendi que devia responsavelmente deixar o espaço político concelhio aberto para que o próximo candidato do PSD à Câmara de Soure pudesse apresentar as suas ideias e o seu programa eleitoral sem se sentir minimamente pressionado ou condicionado pela minha presença activa nos órgãos autárquicos municipais. O próximo candidato deve ter, por isso, campo livre para explicitar os seus projectos para o Concelho e assumir, se assim o entender e em plena liberdade, algumas concepções programáticas em que, porventura, eu não me reveja. Esse desprendimento que demonstrei com este gesto só beneficia a transparência e a clareza do debate político e, assumidamente, a afirmação e a força da futura candidatura do PSD.
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- Foi uma decisão que tomou a título pessoal ou foi decidida dentro do partido?
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Esta decisão resultou de uma profunda reflexão pessoal a qual foi reforçada com a necessária ponderação que tive ocasião de fazer nos órgãos próprios do partido.
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- O resultado das últimas eleições autárquicas mostrou que ficou perto de João Gouveia na corrida à presidência da Câmara de Soure. Tem como objectivo, no futuro, voltar a candidatar-se ou pensa afastar-se da vida política activa definitivamente?
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È verdade que as últimas eleições autárquicas fizeram com que o PSD e o PS ficassem com idêntico número de vereadores na Câmara Municipal de Soure. Não quero entender esse resultado, no entanto, como uma obrigação para que um dia repita, de novo, essa experiência e assuma, por isso, uma nova candidatura. Mas como voto em Soure e aqui estão todas as minhas raízes familiares só me resta concordar com o nosso povo e dizer que o futuro a Deus pertence!
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- Sai de alguma forma agastado com algo que se tenha passado?
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Nada disso! Sinto que cumpri um papel difícil mas que alguém tinha que levar a cabo. As últimas eleições autárquicas em Soure exigiram de mim e da minha equipa um trabalho incansável e de desgaste mas que cumprimos com muita dedicação e o máximo empenho. Pude apresentar as minhas ideias para o concelho e mesmo só tendo 3 meses para fazer campanha fizemos o que nos foi possível. Foi pena não termos tido mais tempo e, por isso, não termos conseguido fazer chegar a nossa mensagem a todos os sourenses. Aprendi muito e dei muito de mim. Tivemos um resultado gratificante. Não saio, por isso agastado, mas honrado por me ter disponibilizado inteiramente para servir o meu Concelho e os meus concidadãos.
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- Como é que interpretou o voto de felicidades que lhe foi endereçado por João Gouveia?
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Na política como na vida deve haver cordialidade e educação no tratamento entre as pessoas.
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- A sua vida pessoal certamente também sairá beneficiada com esta decisão. A família também teve algum peso na altura de renunciar ao cargo de vereador?
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É sabido que tenho um sentido de família muito forte que faz com que ouça a minha mulher e os meus filhos em muitas das decisões que tomo. Neste caso, confesso, que me deixaram o “caminho aberto” para poder tomar a opção que entendesse mais adequada. Como já referi esta decisão é estritamente política e entendo que é a que melhor serve a futura candidatura do PSD à Câmara de Soure e, principalmente, a clareza do debate político no meu Concelho.
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- Enquanto vereador arrepende-se de alguma tomada de posição por si levada a cabo na Câmara Municipal de Soure?
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Considero não ter tomado qualquer decisão política que tenha contrariado o meu pensamento ou tenha sido prejudicial ao Concelho. Recordo, no entanto, que a orientação política da Câmara é definida pelo seu Presidente. À oposição compete apresentar soluções alternativas ou demonstrar o desacerto das políticas que vêm sendo adoptadas. Penso termos feito isso com a máxima seriedade e com a responsabilidade que é exigida a quem é eleito para dar o seu contributo à comunidade. Mas, como é bom de ver, cada um de nós irá, à sua maneira, acertar um dia as contas com a História.
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- No concelho de Soure quais considera serem os aspectos mais positivos (que não necessitam de grandes alterações) e, na sua opinião, quais necessitariam de uma intervenção mais profunda?
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Não me peçam, por favor, para elencar o que vai mal porque todos o sentem no seu dia a dia. Basta olhar à nossa volta! Quanto aos aspectos e às ideias que é imperioso colocar em prática para alterar esta situação aguardo, com confiança, que as próximas candidaturas que o PSD vai apresentar à Câmara Municipal e às Juntas de Freguesias possam ser um estímulo e um incentivo ao estabelecimento de um rumo diferente para o Concelho.
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-Vai continuar a manter um espírito crítico relativamente ao que se passar na autarquia de Soure?
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Vai continuar a acompanhar o dia-a-dia do concelho?Sou um homem livre e atento ao que me rodeia. Não deixarei, certamente, de continuar a intervir civicamente nos cenários e no tempo em que entenda que a minha contribuição pode ser útil para o meu Concelho.
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- Tendo agora mais tempo para a sua vida profissional vai poder dedicar-se a tempo inteiro à Fundação Bissaya Barreto, onde é administrador. Esta situação deixa-o mais confortável?
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Como é sabido não sou político profissional e, nesse sentido, sempre soube distinguir esses dois planos da vida, o político e o profissional. O tempo futuro será de exclusiva dedicação profissional.
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In Jornal "Preto no Branco"

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