De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna, o roubo de viaturas feito através da ameaça violenta ao condutor (carjacking) subiu 33 por cento no ano passado relativamente a 2006. Nos primeiros três meses deste ano, este tipo de crime registou um aumento de 60 por cento face a igual período de 2007.
Os concelhos de Gaia e do Porto são os que têm tido mais casos de roubos de carros à mão armada. É o que consta dos registos da Directoria do Porto da Polícia Judiciária (cobre várias comarcas da Região Norte e algumas do Centro), que revelam, igualmente, ao nível global, um acréscimo de cerca de 50% nas ocorrências em relação ao ano passado.
O método de actuação pouco tem mudado. Os automobilistas são obrigados a sair dos carros, sob ameaça de caçadeiras ou pistolas, por grupos de encapuzados que chegam a ser formados por sete a oito indivíduos. Os ladrões surpreendem as vítimas em zonas mais ermas (casais de namorados, por exemplo, têm sido visados), mas também abalroam as viaturas, ou barram-lhes a trajectória, em plena estrada. Um dos casos mais surpreendentes foi, contudo, o que aconteceu num stand em Paredes, em que foram roubados, de uma só vez, cinco veículos.
Já no que diz respeito ao furto (subtracção de coisa alheia móvel para si ou para outrem, diferindo-se do roubo por ser praticado sem emprego de violência ou grave ameaça) de viaturas recorde-se aqui um caso ocorrido em meados deste ano. Na altura, A PSP deteve nove suspeitos de furto e transformação de veículos, para comercialização no mercado nacional, uma operação que envolveu buscas em todo o país a sucatas, stands automóveis, domicílios, oficinas e armazéns.
A investigação iniciou-se há um ano e meio e teve por objectivo 28 mandados de busca nos distritos de Lisboa, Santarém, Leiria e Porto. Os oito homens e uma mulher detidos pela PSP, com idades entre os 35 e os 56 anos, são suspeitos dos crimes de furto de automóveis, viciação de viaturas, falsificação de matrículas e documentos, burla em seguros e associação criminosa.
Os suspeitos adquiriam viaturas acidentadas, em sucatas, e utilizavam os seus desbloquearem (em gíria chamados chicotes) para furtarem outros veículos.
Os carros furtados iam para as oficinas para serem desmanchados e vendidos em peças, que eram depois usadas para reparar outras viaturas ou montar viaturas viciadas para serem vendidas em stands automóveis.
Apesar de não haver números concretos a nível nacional relacionados com os crimes de falsificação e viciação de veículos, na nossa zona, segundo dados a que o nosso jornal teve acesso, foram 14 os casos investigados pelas autoridades competentes desde Janeiro de 2005 até à data, sendo que, destes valores, três aconteceram em Pombal e 11 em Coimbra. Ao invés, nos concelhos de Soure, Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho não houve registo de qualquer situação relacionada com este tipo de criminalidade.
In Preto no Branco
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