Baptista Gomes é o único agente nos Hospitais da Universidade
Alvo de tentativa de agressão, o agente Batista Gomes deu voz de prisão a um homem que estava desesperado depois de o filho ter dado entrada nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). O polícia cumpre serviço diário e permanente naquele campus hospitalar frequentado por milhares de pessoas/dia.
O DN foi conhecer o quotidiano de quem, não sendo médico nem técnico de saúde, enfrenta as amarguras dos doentes e seus familiares. Um local onde a violência nem sempre se traduz em queixas às autoridades. Há ano e meio, quando o seu grau de tolerância não surtiu efeito com aquele pai desnorteado, pediu reforços e deteve o progenitor em fúria. Volvido algum tempo, o arguido pediu desculpas ao agente Gomes.
De segunda a sexta-feira, das 09.00 às 17.30, com uma hora de intervalo para almoço, José Batista Gomes, de 49 anos, natural de Granja de Ulmeiro (Soure/Coimbra), está de serviço nos HUC. É assim há nove anos consecutivos dos 23 que já completou na PSP. Batista Gomes é o único polícia em Coimbra que desempenha estas funções específicas: "Para mim tudo passa pela mediação, estamos a lidar com pessoas que estão sempre em situação difícil e reconheço que sou o polícia dos aflitos. Tenho de ter uma missão ponderada, apaziguadora, sem esquecer que tenho de ser firme. Às vezes, uma palavra de conforto é suficiente para tranquilizar quem se me dirige."
Fruto de um protocolo entre a PSP e os HUC, é ao lado da entrada para as urgências que a polícia tem uma pequena sala. Faz a ronda pelo exterior daquele edifício gigantesco, ouve gente amargurada, tenta ordenar o tráfego, sempre que é necessário dá apoio ao serviço de assistência social do hospital: "Às vezes, deparo-me com desorientação de idosos ou pessoas que estão internadas e estão a vaguear sem saber o que fazer."
Mas o rol das suas experiências é muito vasto. "Há incidentes extemporâneos, contendas e pequenos delitos, tais como furtos no interior das enfermarias, furtos nos automóveis, ou a necessidade de arranjar parqueamento urgente." É, aliás, no trânsito que reconhece as maiores dificuldades do seu papel. Não só porque os locais para estacionamento de viaturas de deficientes são diminutos mas porque as zonas de parqueamento existentes em todo o hospital estão aquém das necessidades.
Está sempre atento à chegada dos helicópteros de emergência, às viaturas celulares dos serviços prisionais. Reconhece, pois, que são as urgências o local com maior índice de risco de conflito: "Muitas pessoas chegam encolerizadas, fora de si, chegam aqui os casos de acidentes de trabalho, de violência doméstica, de agressões, é um local limite de emoções. Tantos os vigilantes privados [que o substituem nas folgas, feriados e fins-de-semana] como eu somos diariamente mediadores de conflitos." Batista Gomes confessa que regressa a casa todos os dias com a noção do dever cumprido: "Sinto-me muito útil como polícia e reconfortado por estar a ajudar as pessoas."
Alvo de tentativa de agressão, o agente Batista Gomes deu voz de prisão a um homem que estava desesperado depois de o filho ter dado entrada nas urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). O polícia cumpre serviço diário e permanente naquele campus hospitalar frequentado por milhares de pessoas/dia.
O DN foi conhecer o quotidiano de quem, não sendo médico nem técnico de saúde, enfrenta as amarguras dos doentes e seus familiares. Um local onde a violência nem sempre se traduz em queixas às autoridades. Há ano e meio, quando o seu grau de tolerância não surtiu efeito com aquele pai desnorteado, pediu reforços e deteve o progenitor em fúria. Volvido algum tempo, o arguido pediu desculpas ao agente Gomes.
De segunda a sexta-feira, das 09.00 às 17.30, com uma hora de intervalo para almoço, José Batista Gomes, de 49 anos, natural de Granja de Ulmeiro (Soure/Coimbra), está de serviço nos HUC. É assim há nove anos consecutivos dos 23 que já completou na PSP. Batista Gomes é o único polícia em Coimbra que desempenha estas funções específicas: "Para mim tudo passa pela mediação, estamos a lidar com pessoas que estão sempre em situação difícil e reconheço que sou o polícia dos aflitos. Tenho de ter uma missão ponderada, apaziguadora, sem esquecer que tenho de ser firme. Às vezes, uma palavra de conforto é suficiente para tranquilizar quem se me dirige."
Fruto de um protocolo entre a PSP e os HUC, é ao lado da entrada para as urgências que a polícia tem uma pequena sala. Faz a ronda pelo exterior daquele edifício gigantesco, ouve gente amargurada, tenta ordenar o tráfego, sempre que é necessário dá apoio ao serviço de assistência social do hospital: "Às vezes, deparo-me com desorientação de idosos ou pessoas que estão internadas e estão a vaguear sem saber o que fazer."
Mas o rol das suas experiências é muito vasto. "Há incidentes extemporâneos, contendas e pequenos delitos, tais como furtos no interior das enfermarias, furtos nos automóveis, ou a necessidade de arranjar parqueamento urgente." É, aliás, no trânsito que reconhece as maiores dificuldades do seu papel. Não só porque os locais para estacionamento de viaturas de deficientes são diminutos mas porque as zonas de parqueamento existentes em todo o hospital estão aquém das necessidades.
Está sempre atento à chegada dos helicópteros de emergência, às viaturas celulares dos serviços prisionais. Reconhece, pois, que são as urgências o local com maior índice de risco de conflito: "Muitas pessoas chegam encolerizadas, fora de si, chegam aqui os casos de acidentes de trabalho, de violência doméstica, de agressões, é um local limite de emoções. Tantos os vigilantes privados [que o substituem nas folgas, feriados e fins-de-semana] como eu somos diariamente mediadores de conflitos." Batista Gomes confessa que regressa a casa todos os dias com a noção do dever cumprido: "Sinto-me muito útil como polícia e reconfortado por estar a ajudar as pessoas."
In Diário de Notícias
by PAULA CARMO E CARLOS JORGE MONTEIRO
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