A associação ambientalista Quercus denunciou o abate de «centenas de árvores e arbustos» ao longo de três quilómetros numa das margens do rio Arunca, afluente do rio Mondego, no concelho de Soure, informa a agência Lusa.
Esta situação terá sido verificada durante uma visita de técnicos da associação ambientalista ao local que se terão deparado com um «corte total da vegetação, composta principalmente por freixos e salgueiros com recurso a forte mobilização de terras em áreas do domínio hídrico que estão protegidas por lei».
«A zona foi destruída porque, infelizmente, no nosso país fala-se da vegetação como se fosse lixo», explicou à Agência Lusa o presidente da Quercus, Hélder Spínola, que informou a Administração de Região Hidrográfica do Centro e solicitou a verificação da legalidade desta intervenção, exigindo ainda «a reposição da situação anterior».
«De acordo com a legislação em vigor quaisquer acções no domínio hídrico que impliquem aterros, escavações e cortes de árvores devem garantir que não contribuem para aumentar a erosão e o risco de cheias e que não implicam a destruição da flora, da fauna, e dos ecossistemas locais, situação que, neste caso, está longe de se verificar», sustenta a associação.
A Quercus recorda ainda que a vegetação ribeirinha suporta uma grande diversidade biológica, desempenhando um papel muito importante na alimentação e refúgio para várias espécies animais, assim como «funções insubstituíveis como a prevenção da erosão e actua como filtro biológico dos poluentes através das raízes de árvores e arbustos». Por isso, a associação reclama «mais fiscalização e uma atenção especial no acompanhamento das intervenções» nestes espaços às novas Administrações de Região Hidrográfica, apelando aos cidadãos para que denunciem situações semelhantes.
In IOL Diário Digital
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