Realizou-se no último dia 4 de Julho a Assembleia Extraordinária do Grupo Desportivo Sourense, naquela que terá sido uma das mais longas sessões do género na história do clube, e também a mais marcada pela negativa, uma vez que a natureza dos assuntos abordados não foram os mais agradáveis e muito menos desejáveis.
Os trabalhos iniciaram-se com a apreciação do relatório da Comissão Auditora às Contas e situação económico-financeira do clube. A leitura do mesmo foi feita por José Gomes Figueiredo, elemento que integrou a referida Comissão, e que desde logo alertou, que no mesmo constavam situações que a serem apuradas, são bastante graves.
Aliás, nas conclusões do relatório a Comissão de Auditoria refere no ponto 1 que "está provado que os dois mandatos em análise, devem ter sido os de pior gestão dos últimos anos de vida do Grupo Desportivo Sourense".
Talvez devido aos factos relatados, levasse os sócios a não aprovarem as contas relativas aos dois mandatos da presidência de Sousa Domingues, até os mesmos serem apurados pelas entidades competentes.
Para o efeito, foi aprovada a proposta de participar ao Ministério Público por "alegada gestão danosa, abuso de poder, abuso de confiança e falsificação de documentos, todos eles tipificando ilícitos criminais".
No ponto seguinte, os sócios do Grupo Desportivo Sourense chumbaram as contas relativas às épocas 2006/2007 e 2007/2008, registando-se muitos votos contra e algumas abstenções, como foi o caso de João Gouveia, que na qualidade de associado, e referindo que sem prejuízo dos factos terem de ser apurados, foi o elemento que mais contributos deu, no sentido dos trabalhos da Assembleia prosseguirem, dado o facto de se terem registado muitos períodos de impasse ao longo da noite.
Refira-se que os trabalhos iniciaram-se pelas 21h30m e terminaram quando eram quase 02h00m.
De facto, ambos os relatórios de contas relativos aos mandatos, suscitaram muitas dúvidas. Apesar das explicações dadas pelo presidente demissionário, Sousa Domingues, os associados não ficaram minimamente esclarecidos, nem convencidos, dadas algumas contradições entre aquela que será a realidade da colectividade e o que constava nos relatórios, levando mesmo José Gomes Figueiredo a referir que "alegadamente estes relatórios estão viciados".
Atribuído um voto de louvor pelo trabalho desenvolvido pela Comissão Administrativa.
Em seguida, foi apreciado o movimento contabilístico da Comissão Administrativa, desde a altura m que a Direcção se demitiu até ao dia 4 de Julho.
Pelo excelente trabalho desenvolvido pela referida Comissão Administrativa em tão pouco tempo, foi aprovado um voto de louvor à mesma.
Apesar do tempo escasso de que dispôs, a referida Comissão que funcionou com Manuel Roxo, Henrique Neves, Ana Neves e Deusidino Andrade, só em quotas cobrou um montante próximo dos 6 mil euros. Entretanto, a referida Comissão inscreveu a equipa na AF Coimbra, pagou multas junto da Federação Portuguesa de Futebol, multas às Finanças, pagamento do mês de Março aos jogadores e dos salários de Abril e Maio ao roupeiro.
Entretanto, outras divídas foram surgindo, nalguns casos, com a necessidade de Sousa Domingues declarar por escrito, se efectivamente, as mesmas foram ou não feitas na altura a que as mesmas dizem respeito, com autorização do clube, sendo os casos de despesas com alimentação dos jogadores brasileiros, em vários restaurantes da vila de Soure.
Comissão Administrativa irá fazer a gestão do clube pelo período de um mês e com os poderes idênticos aos da Direcção.
Perante toda esta situação, especialmente das muitas dúvidas sobre aquela que efectivamente é a realidade do clube, e talvez enquanto não for apurado se algumas das suspeitas que constam do relatório da Comissão de Auditoria se confirmam ou não, não surgiu nenhuma lista a sufrágio, uma vez que a verdade é que não estavam reunidas as mínimas condições para o efeito.
Por isso, e atendendo ao facto de haver assuntos com urgência de serem tratados, apesar das muitas dificuldades no recrutamento de pessoas para o efeito, foi eleita uma Comissão Administrativa, sendo-lhe dada pelos sócios, idênticos poderes de uma Direcção, sendo a mesma composta por Manuel Roxo, Fernando Rodrigues, Ana Neves, Eduardo Andrade e António Correia.
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