Os Bombeiros Voluntários de Soure, a celebrarem o “centenário” durante o ano de 2007, lançaram ontem um livro, fruto do trabalho de um membro do corpo activo, que traça a história da corporação, desde o século XIX.
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Num ano em que comemoram o seu “centenário”, apesar de já assinalar 117 anos de vida, a os Bombeiros Voluntários de Soure têm desenvolvido um longo e variado programa de actividades, que culmina no próximo dia 25, com a sessão solene do aniversário.
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Ontem, foi lançado o livro “Das Origens ... à Actualidade”, uma obra que resulta da investigação do bombeiro João Paulo Freitas, licenciado em História, que, em cerca de 200 página, traça o percurso da corporação, desde 1890 até aos dias de hoje.
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O aparecimento desta obra surge a esclarecer a data exacta da fundação dos Bombeiros Voluntários de Soure, que até há pouco tempo se julgava ter ocorrido em 1934, razão pela qual o centenário está a ser comemorado 17 anos depois do que seria normal.
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João Paulo Freitas, que contou com a colaboração da autarquia, uma vez que realizou o estágio profissional na biblioteca municipal, explicou que houve bastante dificuldade em estudar os períodos iniciais da vida da corporação, verificando que, dos primeiros 53 anos de existência, não existem quaisquer tipos de actas.
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Até à realização deste estudo, só eram conhecidos os estatutos da associação de 1934, pelo que era esse o ano atribuído à sua fundação, até agora.Num dia de festa e convívio, que contou com formatura e fanfarra, o governador civil do distrito de Coimbra, Henrique Fernandes, terá sido aquele que melhor sintetizou o significado do lançamento deste tipo de obra por parte de uma corporação: «só edita um livro de história quem tem orgulho naquilo que fez, no seu passado».
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O presidente da direcção da Associação Humanitária explicou o processo que deu origem à ideia de fazer o livro, garantindo que o autor gozou de toda a liberdade e independência para realizar a investigação.
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Manuel Morgado Martins considerou que se trata de «um belíssimo exemplo de investigação», lembrando que a falta de actas compromete o rigor de períodos importantes para a corporação, acusando que «a falta de cuidado fez com que se fosse diluindo o património».
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«Estamos a comemorar um centenário atípico, mas é um centenário». «Não se podia fazer com 99 anos», frisou, lembrando o programa «vasto e diversificado», com actividades de festa, mas também com acções de formação, colóquios e simulacros, entre outros.
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Também o comandante Carlos Luís Tavares, descendente de uma linhagem de soldados da paz, deu grande valor a este livro que, «impunha-se, porque a história dos bombeiros de Soure tem sido transmitida oralmente, e quem conta uma história acrescenta sempre um conto».
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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, autor de um dos dois prefácios – o outro é de João Gouveia - ,afirmou já ter lido várias monografias sobre corporações de bombeiros, mas encontrou nesta uma diferença: «aqui o autor também é actor da história», disse, sustentando que, «com a publicação deste livro fica reposta a história».
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Duarte Caldeira salientou ainda o papel social dos soldados da paz em Portugal, lembrando que existem 434 associações humanitárias e que correspondem a 40 mil bombeiros e sete mil dirigentes sem farda. «Vão perdurar para além de nós», vaticinou.
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Também o edil de Soure deu grande valor ao trabalho do autor, dizendo que é a prova de que «não tem razão de ser verdade o sinónimo desvalorizador que se atribuía aos bombeiros, são antes pessoas estruturadas que dão o seu contributo à sociedade.
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In Diário de Coimbra
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