Após a saída do Sourense, a equipa técnica lamenta o comportamento da direcção, salientando que “o problema da falta de pagamento aos atletas começou no princípio da época”.
Um dia depois de consumada a saída da equipa técnica, os elementos demissionários aceitaram falar ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Os ex-responsáveis pela equipa “largaram” criticas ao funcionamento administrativo do clube e à actuação da direcção. Sem esquecerem os atletas, os treinadores lamentam algumas atitudes das pessoas que presidem o emblema, lembrando que as suas saídas devem ser encaradas como uma tomada de posição para proteger os atletas e alertar para as dificuldades que os seus substitutos possam encontrar. Sempre na esperança de que os atletas fiquem com a situação financeira resolvid,a os técnicos são claros: “o presidente diz e logo a seguir desdiz. Dá o dito pelo não dito. Ainda numa entrevista, um dia destes, disse que os salários estavam em dia e, no balneário, perante os atletas, informou que só pagava as contas no fim do mês. Ora isto perturba a equipa”, esclareceram. Questionados sobre a situação que os atletas estão a passar, a resposta é clara. “Tudo começou mal. No início da época já haviam jogadores com salários em atraso ainda da época passada”, afirmam. Uma situação que, segundo os mesmos, se vem a “aguentar” desde o início da época e que se tornou agora insustentável. “Nós, para convencermos os atletas a trabalharem connosco, demos a nossa palavra e assumimos responsabilidades. E não podemos falhar nisso”, frisam, adiantando que, “actualmente, os jogadores com as convocatórias todas estão com cerca de 200 euros em atraso. O que é uma falha grave da direcção”, referem.
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“Muita desorganização”
Esclarecendo que a desorganização é muita no Sourense, os técnicos dão como exemplo o modo de pagamento. “O presidente chega ao ponto de se perder nas contas. Vai para pagar a um jogador e pergunta se este já recebeu alguma coisa? Isto demonstra total desorganização”, explicam.Sobre a falta de diálogo que o presidente os acusa, os membros da equipa técnica lembram que “não fomos nós que nos levantámos da mesa quando os capitães da equipa, em reunião, se preparavam para falar no assunto”.
Depois da saída, garantem que esta é uma situação que vai continuar, até porque. “Ele disse ainda há pouco tempo que não pagava e não tinha intenções de pagar. E que iam cinco jogadores embora junto com a equipa técnica”, explicam.
Saturados com a situação vivida, os técnicos desabafam: “temos muitos anos de futebol e saímos sempre pela porta grande, servindo sempre com profissionalismo e sem pensarmos em nós primeiro”.
A saída da equipa técnica acontece depois da vitória por 3-1, frente ao Penamacorense. “Por respeito ao clube, orientámos a equipa. Contudo, a decisão de saída já estava comunicada aos jogadores, porque o presidente não teve sensibilidade para resolver a questão”, recordam.Nesta questão dizem: “deveria ser possível à equipa técnica e aos jogadores poderem despedir a direcção, pois está a fazer um mau trabalho”.
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Equacionados “500 ou 600 treinadores”
Com a saída de Rui Carlos, a direcção do Sourense, presidida por Sousa Domingues, procura um substituto para comandar o plantel. "Um nome poderá surgir a qualquer momento", afirmou ontem o presidente do clube ao DIÁRIO AS BEIRAS. E são inúmeras as possibilidades em "cima da mesa". Como Sousa Domingues admitiu, "estão equacionados 500 ou 600 treinadores". Uma decisão que, ainda assim, poderá ser definida em breve, embora o dirigente não tenha avançado qualquer nome para o cargo. Quanto à saída da equipa técnica comandada por Rui Carlos o presidente considerou que "não houve lugar ao diálogo. Tudo foi resolvido com papéis. A equipa técnica que saiu não teve coragem de conversar e a saída provou falta de dignidade", afirmou Sousa Domingues. A terminar, o presidente mostrou satisfação pelo plantel e atitude dos atletas: "eles estão prontos a trabalhar e foram compreensivos em toda a situação", afirmou.
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