Vinha da Rainha promove hoje vinho novo

. domingo, 4 de março de 2007
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Há mesas, copos, vinhos e umas “tapas” para acompanhar. O convite partiu da Associação Cultural, Desportiva e de Solidariedade da Freguesia de Vinha da Rainha e é “válido” para a tarde de hoje. Prova-se o vinho novo e afirma-se um potencial da freguesia.
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“A tradição ainda é o que era” em Vinha da Rainha. O potencial vitivinícola continua a dar frutos e a Associação Cultural, Desportiva e de Solidariedade da Freguesia quer promover o “fruto da videira e do trabalho do homem”. Por isso organizou a II Mostra do Vinho Novo, evento que se realiza hoje, na sede da colectividade, entre as 15h00 e as 19h00.Participam nove produtores e mais não são porque, como refere António Simões, da organização, «este ano o vinho, aqui e em todo o lado, não foi de grande qualidade». E como a exigência de qualidade é a prova de toque da mostra, ficaram de fora muitos interessados, “lesados” pelos resultados menos bons das análises ao seu néctar efectuados pela Cooperativa Agrícola de Soure, que também de associa ao evento.
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Esta é a segunda iniciativa do género promovida pela associação. A primeira decorreu no ano passado, nos finais do mês de Janeiro e os resultados não poderiam ter sido melhores. «O salão esteve sempre cheio», recorda António Simões, lembrando o nevão que caiu por esses dias e obrigou a alterar o local inicialmente previsto pela organização, ao ar livre, para a sede da colectividade.
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No ano passado foram 15 os produtores presentes, «mas poderiam ter sido mais», sustenta António Simões, o que só não aconteceu porque muitos dos produtores já tinham o seu vinho vendido ou negociado e ainda porque, sendo uma experiência pioneira, não havia “medida” para avaliar o seu êxito.Este ano, pelo contrário, o entusiasmo é grande e só mesmo a “fasquia elevada”, colocada pela organização em termos de qualidade, inviabilizou que o número de produtores fosse significativamente maior.
Os nove produtores presentes na mostra levam consigo o vinho, produzido em terras de Vinha da Rainha, mais particularmente nas zonas de Vinha da Rainha, Casal de Almeida e Pedrógão do Pranto, locais considerados de excelência para a produção vitivinícola.
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Cada um tem a sua mesa própria, os copos com que vai servir o vinho, bem como aperitivos oferecidos pela organização, para acompanhar a prova. Consigo cada produtor tem as suas “referências” próprias, ou seja, as análises que a Cooperativa Agrícola de Soure efectuou e que atestam da qualidade do produto.No salão da Associação de Solidariedade não se compra nem se vende, explica, taxativo, António Simões.
Apresenta-se, isso sim, aquele que é o produto mais emblemático e característico da freguesia. O negócio vem depois, se bem que seja “apalavrado” no local.
Cada produtor tem os respectivos cartões de visita disponíveis e os interessados apenas têm de os levar consigo e voltar depois a Vinha da Rainha para levar vinho novo.
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A organização tem as melhores expectativas para o evento de hoje à tarde, a julgar pela adesão que marcou a primeira edição. «Sem exagero, passaram por lá 400 ou 500 pessoas», lembra António Simões, entusiasmado, e confiante que todos esses visitantes regressem hoje a Vinha da Rainha, trazendo consigo outros interessados e apreciadores de bom vinho. «Veio gente da freguesia, de outros pontos do concelho e de fora. Esperemos que voltem este ano também».A organização, da responsabilidade da Associação Cultural, Desportiva e de Solidariedade da Freguesia de Vinha da Rainha, conta com o apoio da Cooperativa Agrícola de Soure, Caixa de Crédito Agrícola de Vinha da Rainha, Junta de Freguesia de Vinha da Rainha, Câmara Municipal de Soure, Saint-Gobain Mondego e Rádio Popular de Soure.
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Regresso à terra e à vinha
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Uma tradição que quasese perdeu. Hoje o vinho volta a ser falado e considerado uma riqueza de elevado potencial da freguesia de Vinha da Rainha. Mas nem sempre assim foi. Esta tradição vitivinícola, pautada pela qualidade de excelência, sofreu o impacto da desertificação e do abandono dos campos agrícolas que se fez sentir nas últimas décadas. Como resultado, os néctares de referência passaram apenas a “existir” praticamente para consumo interno.Todavia, nos últimos anos houve um “volte-face” nessa tendência e um grupo significativo de gente, sobretudo uma “mão-cheia” de jovens produtores, começou a olhar para a vinha e para o vinho com “outros olhos”. «No ano passado foram plantados mais de seis mil bacelos», afirma António Simões, satisfeito com o significado deste gesto e com o regresso aos “valores da terra” e de Vinha da Rainha que representa.E é, também, neste quadro de ressurgimento da produção vitivinícola, que a associação entendeu dar o seu contributo para a afirmação do vinho, dentro e fora dos limites da freguesia. E esse é, sem dúvida, o primeiro e último objectivo da Mostra do Vinho Novo que decorre durante a tarde de hoje.-Afirma António Costa, presidente da Junta de Freguesia
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Momentos de convívio e de afirmação da freguesia
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António Neves Costa cumpre o seu quarto mandato à frente dos destinos da freguesia de Vinha da Rainha e também ele é um dos entusiastas da mostra do vinho.
No ano passado foi mesmo um dos produtores que participou na mostra, uma vez que, recorda, «tinha um vinho de excelente qualidade».
Este ano, «o vinho é bom, tem um bom paladar, mas é mais fraco», conta o autarca, referindo que contra os 13 graus do ano passado, o teor alcoólico do vinho que produziu este ano não foi além dos 11 graus. Pouco para a exigência de António Neves Costa, que entendeu ser melhor “ficar de fora” e não levar o seu vinho à prova que hoje decorre.
Todavia, mesmo sem vinho o presidente da Junta de Freguesia vai estar presente na mostra que decorre na Associação de Solidariedade. Não só na sua qualidade de autarca, mas sobretudo de cidadão de Vinha da Rainha e também de produtor vitivinícola. «É um momento de convívio e de confraternização», afirma António Costa, lembrando a verdadeira festa em que se transformou a primeiro mostra. «A população aderiu em massa», refere, e «vieram muitas pessoas de Cantanhede, Figueira da Foz, Soure, Condeixa», adianta, lembrando que a festa se prolongou até às tantas! «Eram nove da noite e ainda lá estávamos», recorda bem disposto, sublinhando que esta mostra é também, e fundamentalmente a nível externo, um momento de afirmação da freguesia de Vinha da Rainha e dos seus valores e tradições.
O presidente da junta não deixa de referir os férteis solos da freguesia, onde antigamente proliferava a vinha.
Todavia, dado o abandono progressivo das terras, aliado à desertificação e ao facto de praticamente todo o trabalho ser manual, o cultivo da vinha acabou por se transformar num factor residual, meramente colocado ao nível da economia doméstica.
Mas a qualidade dos solos não diminuiu e, ciente disse, um «grupo de carolas», como lhes chama António Costa - entre os quais se inclui – resolveu, «há cerca e 10 anos» e «quase por brincadeira», dedicar-se com mais interesse ao cultivo da vinha.
E os resultados não se fizeram esperar. «Muito vinho e com muita qualidade», diz. Um facto que entusiasmou os “carolas” e os fez pensar noutros “voos”, de forma a dar a conhecer um produto de qualidade “made in” Vinha da Rainha.A II Mostra de Vinho Novo é, ainda ano entender do autarca, mais um dos “ingredientes” de afirmação e crescimento da freguesia. Uma freguesia que tem vindo a crescer e, salienta o autarca, «está no bom caminho».
Orgulhoso da obra feita na sua terra, em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Soure, António Costa aponta para a Junta de Freguesia, uma obra de vulto, inaugurada no seu segundo mandato. «Tenho uma sede de Junta que é quase uma câmara», diz com orgulho, referindo as obras que já posteriormente ali foram levadas a cabo, nomeadamente a construção de uma casa mortuária. A isto junta-se, entre muitas outras obras de beneficiação, a extensão de saúde, inaugurada em 2005, que também constitui uma das estruturas que enche de orgulho o autarca de Vinha da Rainha.

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